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Terra das Sete Cidades

sexta-feira, 1 de outubro de 2010




A ÉTICA NA EDUCAÇÃO ESCOLAR




Como preceito filosófico, a Ética é discutida e conceituada muitas vezes como sinônimo da moral e, em outras, desvinculada dela, tanto por suas raízes lingüísticas, como pelas conceituações que a elas se propõem e pelo modo como se inserem na vida do ser humano. Assim também são os estudos de filósofos sobre o tema. Para eles, a ética deve ser discutida e conceituada na escola, ela tem de fazer parte da educação ou nela já estar inserida de acordo com os pressupostos que regem uma determinada instituição escolar. Aceita-se também a inclusão da ética na educação conquanto elejam-se princípios metodológicos que fundamentalmente afirmem o reconhecimento do outro ou, noutros termos, ética na educação por meio do diálogo e da troca de argumentos, isto é, do diálogo e da investigação.

É preciso, portanto, um intenso exercício de estudo e de pesquisa para discorrer com plenitude sobre os elementos que dizem respeito às origens da ética. O foco aqui, no entanto, dado os limites da temática, não é esse, e sim primordialmente pensar na escola como instituição social que pode e deve discutir princípios e valores que dão sentido à vida.

Desta forma, é importante que a instituição educacional defina seus próprios princípios e trabalhe com eles, deixando evidente o significado de cada um. Para tanto, valores como justiça, generosidade, honra, liberdade, respeito, convivência e solidariedade devem nortear o trabalho da escola, que, por sua vez, deve elucidá-los para toda a sociedade.

Tendo em vista que ninguém nasce ético, nem é inteiramente cidadão, a ética deve ser trabalhada desde os anos iniciais da educação, pois tanto ela quanto a moral e a cidadania não são manifestações espontâneas. Esse “aprender” acontece em pequenos atos e atitudes construídos em nosso cotidiano. Outro ponto importante a se considerar é que toda a sociedade e suas instituições são responsáveis por criar cidadãos éticos. A família é o primeiro grupo de pessoas que o indivíduo conhece e com o qual interage, e, portanto, ela tem um papel crucial no seu desenvolvimento.
   
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1998, p. 61) – a proposta da presença da ética na organização curricular é enfrentar o desafio de instalar no processo de ensino aprendizagem – que se realiza em cada uma das áreas de conhecimento –, uma constante atitude crítica dos limites e possibilidades do sujeito e das circunstâncias, de problematização das ações e relações dos valores e regras que os norteiam.

Configura-se, assim, a proposta de realização de uma educação moral, que proporcione às crianças e adolescentes condições para o desenvolvimento de sua autonomia, entendida como capacidade de posicionar-se diante da realidade, seja fazendo escolhas, estabelecendo critérios, participando da gestão de ações coletivas. O desenvolvimento da autonomia é um objetivo de todas as áreas e temas transversais e, para alcançá-la, é preciso que elas se articulem. A mediação representada pela Ética estimula e favorece essa articulação.

Criança que se educa eticamente torna-se um adulto capaz de ir ao encontro do outro, reconhece-se com seu igual e não assume as regras morais como obrigatórias. Portanto, o educador possui um papel fundamental na formação ética e moral do indivíduo.

Não se ensina moral e ética, vivencia-se. Se a escola deixa de retransmitir valores, a referência ética de seus alunos estará limitada à convivência humana. Esta pode ser rica, em se tratando de vivências pessoais, mas pode estar também carregada de desvios de postura, de atitude, de comportamento ou de conduta. Mais que isso: se os valores não forem bem vivenciados, podem ser encarados pelos alunos como simples conceitos ideais ou abstratos.


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